Insustentável Amor
Pesam,
o peso de uma pluma na pele molhada.
E pesam tanto,
que se arrastam em óleos perfumados
como se não existissem ponteiros nos relógios.
Pesam,
mas renuncio à vergonha que se apossa.
Em frente aos espelhos, mergulham em sensibilidade
no cintilar de uma saudade
que uso para continuar...
Pesam ainda,
num carinho torturante que não finda.
E pesam tanto,
que traduzem em mil sutilezas
as origens de tantos segredos.
Ah, e como cabem, mesmo pensando,
tantos desejos
nas pontas desses meus trêmulos dedos...