AMOR PLATÔNICO
Agora que sou a temerosa escrava,
Da morte com sua maldita armadilha,
Que ofusca toda estrela que brilha,
Em pedra fria outrora incandescente lava.
Agora que não sou o que se mais amava,
Agora que não sou mais mulher ou filha,
Perdi as pernas que andavam na trilha,
E não tenho mais nada debaixo da terra brava.
Agora que sou apenas um pensamento,
Com lembrança retalhada por sofrimento,
Que duvidou da morte com sorriso irônico.
Agora minha jornada esta encerrada,
Com a morte na alma,encravada,
Nada tenho,se não pela vida,amor platônico.