O VELHO PORTO
Porque ainda hoje as lágrimas insistem em manchar sua face?
Se um dia partistes ao encontro da sua felicidade,
Porque tanto medo de assumir os seus erros?
Seriam apenas lágrimas arrancadas pela dor da verdade?
Pois agora que sabes que a sua felicidade fora trocada por um bocado de sonhos,
Sonhos dos quais te fizeram querer nunca ter almejado,
Que te deixaram a parte,
Desse mundo isolado.
Quando destes sonhos acordares,
Busque do teu passado o que te era verdadeiro,
Ancore em seu antigo porto,
Faça-se recordar, como um antigo veleiro.
Porém não julgue o seu marinheiro,
Caso esteja embriagado,
No bar do velho porto,
Contando histórias, clamando glórias,
De quem talvez nunca tivesse visto em seu porto,
Barco algum aportado.
Pois os seus dias, confundidos com as noites,
Perderam-se como os teus sonhos,
E sua vida sem sentido,
Derramaram-se em utopias de pesadelos medonhos.