O BEIJA-FLOR
SOU COMO UM BEIJA-FLOR, QUE CATIVADO NUM JARDIM EM BUSCA DE SUSTENTO,
DE FLOR EM FLOR, COLHO MEU ALIMENTO.
A CADA MANHA, COM ALEGRIA VOU SAUDAR;
A FLOR-MENINA, QUE O ORVALHO A FEZ DESABROCHAR.
MAS DE REPENTE, SINTO ALGO ESTRANHO ACONTECER;
AS FLORES ESTÃO SUMINDO, OS VENTOS AUMENTANDO...
EM INSTANTES VEJO O MEU JARDIM DESAPARECER.
ENTÃO OBRIGO-ME A DAR ASAS AO VENTO E VOAR;
MAS POREM EU PROMETO:
PÁSSARO ERRANTE HEI DE SER,
E POR MAIS JARDINS QUE EU VEJA,
JAMAIS IREI POUSAR;
VOAREI ONDE O VENTO ME LEVAR.
MAS SE O DESTINO PERMITIR,
E O VENTO ME PERGUNTASSE ONDE DESEJO SER LEVADO,
EU PEDIRIA QUE FOSSE AO MEU JARDIM QUERIDO,
NA ESPERANÇA DE NOVAMENTE VÊ-LO FLORIDO.
E SE ENTÃO FLORIDO ESTIVESSE,
MINHA PROMESSA QUEBRARIA;
E SEM MEDO DE ERRAR,
DE NOVO POUSARIA.
MAS SE O DESTINO NÃO ME PERMITISSE TAL ALEGRIA;
DE TRISTEZA COM CERTEZA MORRERIA.
E SE ALGUÉM, AO PASSAR SE PERGUNTADO O PORQUÊ,
O PORQUÊ DE TAMANHA TRISTEZA ONDE FORA UM DIA UM JARDIM?
SEM RESPOSTAS, COM CERTEZA CONSTRUIRÁ ALI,
UM NOVO JARDIM;
SEM SEQUER SABER QUE O HAVIA CONSTRUÍDO SOBRE OS RESTOS DE MIM.