TEMPO PREDADOR

Enfrento os percalços desse tempo predador

Perdido no vórtice de tudo o que me alveja

Envolto na penumbra dessas vastas noites

Sob um lacrimante céu de imperfeitos sonhos

Sobre o vértice dos desencantos amordaçados

Sangra a ascese por templos já agora indiferentes

E nas áridas paragens dessas geografias do medo

Campeio nas matas de tua volubilidade e deslumbre

E a dilacerante dor do ocaso ao acaso me desnorteia

Tornando-me presa desses argutos desequilíbrios

Perpassado pelas flechas da insana atemporalidade

Perdido nas incógnitas do que me é desconhecido

Entranhado no meu receio de ser nunca tendo sido

E preso no que em ti talvez nunca seja subjugável

Sangro por algo que em si nunca será sublimável

Mas sei da incontinência visceral dos abismos

E que o doce néctar dos meus desejos ainda jorra

E degusto todos os elos dessa nossa imanência

Desfruto de cada segundo dessa proba esperança

Para não morrer em mim o já me tem em plenitude

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 30/10/2012
Código do texto: T3960511
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