Outono
Esvaice o último resquício de esperança
Como a última flor a cair no chão de outono
Esperando o pior com a vinda do inverno
Andei dependente de atenção emocional
Do tipo mais raro e jamais encontrado
O que talvez tenha causado a ruína de outrora
A qual nem mesmo a palidez de um sorriso autêntico
Será capaz de esconder
Eu, que embargado em complexos existenciais
Talvez até mesmo racionais, não pude notar
Que afundei como uma pedra tênue,
Num lago absorto de falhas e esfingismo
Por mais cuidadoso que eu tenha tentado ser
Obstruí minha visão com uma vaga ilusão
Uma do tipo que talvez seja verdade,
Ou talvez sejam complicações e poemas
Que baseados em problemas pequenos, tenham desandado
E tudo ocorre pela meia-noite
Quando acaba o outono e
A invernal razão absorve-me de volta a realidade
Como um suspiro, triste, mas ainda necessário.