NO MARTÍRIO DA GAIOLA
NO MARTÍRIO DA GAIOLA
Não canta mais o curió
No cocho o alpiste está intacto
A menina suspira e chora de dó
Naquele espaço imundo e purulento
A ave não mais carece de trato
Morreu... agora é livre como o vento
Cantava trinado como corda de viola
Repicava suaves notas cristalinas
Sim! Mesmo no martírio da gaiola
Assim voou para a liberdade
A vida lhe foi vil e traquina
Deixou tristeza e saudade
(novembro/1987)