Dependente, decadente
O dia enegreceu
Se transformando em noite.
A minha alegria se foi, com tudo que é seu,
Só deixou a lembrança,
A dolorosa lembrança do que se esqueceu.
E me deixou...
Eu nada falei...
Eu apenas permaneci olhando,
Do lado de dentro,
Contando o que se ia de mim...
A felicidade, o riso puro
Tudo, tudo o que me foi tirado
No momento do adeus...
Não quis falar
E as lágrimas falaram por mim
O que se foi em passos largos,
Não volta mais,
Deixou o gosto amargo
De saudade e solidão...
Ao menos não me pode ser tirado
O que dentro de mim ficou como imortal.
Dentro do meu coração, as lembranças permanecem
Tão vivas quanto o meu coração
Naqueles dias...
Mas agora continuo, encarando o nada,
Paisagem natural e morta em minha alma.
Não quero lembranças...
As palavras entala na minha garganta,
Saem sussurradas, dentro de mim,
Por fora, em forma de lágrimas...
O que será de mim agora?...
*Dedicado a F.
Rio, 19 de setembro de 2012.