PRA ESTANCAR ESSA SANGRIA

PRA ESTANCAR ESSA SANGRIA

Cantaria pelo mundo e para o mundo

Pra estancar essa sangria.

Libertaria a voz que fica presa na esquina

Desceria do muro

E subiria a colina.

Esvoaçaria folhas ao vento

Derrubaria tanques de guerra

Que se digladiam dentro de mim.

Romperia diques que aprisionam sonhos

Soltaria os cabelos num ato de rebeldia

E levaria a bandeira da liberdade.

Essa sangria que não cessa

E me causa uma anomalia,

A fraqueza dos que não cantam.

Mas quem sou eu?

Que não me junto a multidão

Dos que se abraçam e seguem

À linha do horizonte

Onde tudo dá esperança.

Mas quem sou eu?

Do criador de rimas

Das estrofes poéticas

Onde se contam

Os amores mais belos.

Pra estancar essa sangria

Estanco meu grito,

Desacelero meu coração

E deixo o pingo da tristeza

Marcar o chão

Para que alguém

Não me perca.

Di Camargo, 16/08/2012