O olhar da fome

- Silêncio, Veja!. Shhhhhhh... Sente-se amigo, sinta o vento e beba o vinho.

Prato e garfo na mesa,

o lenço, para limpar a tristeza.

Dor, dor...

Apunhalados pela faca da nobreza

Uma percepção diferente.

Sem se quer uma gota.

Uma gota de água,

ou uma gota de felicidade...

Por quê? Um pouco de vinho,

sente-se e converse.

Experimente o sabor da fome.

Cenário desértico.

O prato cheio que,

estufa a mente,

à engorda e a mata.

Não só de fome.

Mas de egoísmo.

Crianças fazem barulho

Mais barulhos ao derramar a primeira lágrima

E um silêncio na primeira morte.

Fome, fome.

Ela surgiu onde os arqueiros procuravam-nas,

um câncer entrou em suas almas,

e em seus olhos nadou como um mar de fraqueza.

Esse fim jamais terá fim,

cabelos incolores, roupas rasgadas,

apedrejada e crucificada,

criança... Criança.

Seus ossos estão na terra,

insetos não tem fome.

Uma morte estranha, por quê?

Quem morreria de fome?

Sem se quer uma palavra,

uma letra, ou uma tentativa de falar,

apenas cansar... Borboletas pousam sobre sua sepultura,

pássaros morrem, pessoas morrem.

Eles, de olhos vendados, sorriso inacabado,

e eu com cara de palhaço.

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Juliano Barros N Martins
Enviado por Juliano Barros N Martins em 09/08/2012
Reeditado em 17/01/2014
Código do texto: T3822456
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