Tristeza
Hoje olhei fixo o teu semblante
Olhei fixadamente a denúncia da tristeza
Que rouba de ti vida, o brilho nos teus olhos
Desarreigou sem rasto a alegria complacente
Hoje olhei e vi lágrimas ocultas no âmago
O teu rosto amarrado grita por socorro amargo
Tua voz retida, presa pelo peso da alma ferida
Teus movimentos agora destituídos do equilíbrio cintilante da beleza amargurada
Hoje provo a taça amarga da tua amargura
Rosto pálido, sem alma, cerviz dura
Evapora-se diante de mim os sentimentos que mais preso
Presa deste corpo sem vida, sem siso
Hoje as palavras fogem e levam consigo respostas
De costas fico diante de tanta tristeza que atormenta a minha alma
Hoje contemplo o meu rosto e vejo a razão do semblante amargo que habita teu rosto