Depressão
Como é difícil viver na angústia de todo santo dia
Da sensação de estar rodeado de armadilhas
Prontas para abocanhar sonhos e alegrias
Sem deixar uma gota de esperança para um recomeço
Nem menos uma luz no fim do túnel, nada impede o desfecho.
O cerco da angústia parece não ter fim, não descansa
É no trabalho, em casa, na família, na rua... corro mais não adianta
Ela é implacável, certeira e de notável perseverança
Só é saciada quando a dor domina o ser por completo
Sem deixar rotas de fuga para o amor, carinho e afeto
As armadilhas são colocadas onde você menos espera
Na porta da sua casa, na esquina e até daqueles que te alegra
Lobo na pele de cordeiro, astuto, vem de macinho sem dá brecha
Te pega despercebido e te abocanha sem remorsos, sem miséria
Despedaçando toda sua carne, em explosão dilacerada de artérias
Sonhos e alegrias agora forma um único conceito: ilusão
Sem forças, o sonho torna-se na parede uma simples decoração
As alegrias, que pareciam ser eternas, não passará uma geração
Não há como reconstruir algo que nunca existiu
Muito menos descrever uma experiência que nunca sentiu
A esperança foi cortada diretamente na raiz
Um corte bem profundo para não fazer cicatriz
Sem espaço para um recomeço, nem por um triz
O nada parece ser a única coisa que resta na estrada
Um túnel incerto de passos frouxos, de mãos atadas
O túnel é tão extenso que parece que não há começo, meio e fim
Os passos estão cada vez mais pesados, não há ninguém por mim
A luz nunca chega para dar esperança, não suportarei tanta dor assim
O final deste filme é bem obvio e está bem claro o que devo fazer
Fazer pelo menos uma vez coisa certa, cortar os pulsos e deixar de viver