ENTRE O VENTO E O MAR

O vento me alcança, balança a melena
Um mar que não se mede,
Me olha, me namora, me acena,
Me concede um instante singular,
Me chama pra navegar...

Ah! que pena de mim, que pena,
Despetalada açucena,
No meu limitado, térreo, lugar,
Quero ir... mas, o medo me comede,
Me impede de ser, de sonhar...


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TENHO MEDO

Esse medo que me toma, me domina,
me acompanha desde os tempos de menina,
quando era ainda flor, uma açucena.

 Não sei como ele chegou na minhavida,
e deixou-me, assim, calada, entristecida...
Anda acorda! Abre os olhos... vai, Helena.

 Quero ir, mas o medo é um transtorno.

 Me cozinha em um fogo lento e morno.

(HLuna)