DESPEDIDA " II "

De tão distante onde me encontro,

Lembro ilusões que um dia sonhei.

Recordo quando me conquistaste,

E até o quanto eu me apaixonei.

De onde hoje o meu corpo “dorme”,

Muitas lembranças em minha alma existem.

E mesmo inerte,

[Eu consigo até chorar.

E minhas lágrimas em meu peito frio

Até congelam por tantas dores

Que em mim persistem,

E me fazem tanto magoar!

Eu bem sabia que não merecia

Felicidade nesta vida ter.

Mas insististe e eu confiei

E acreditei muito em você...

Por isso parti desiludido de tudo,

Do mundo ruim que só me confundiu

Preferi partir do que ter a ingratidão

De quem um dia confiante me entreguei.

Amargurado vim para onde estou agora,

Preferi assim do que sofrer por amor.

Não resisti à dor da ingratidão.

Resolvi vir solitário como sou!

Meu corpo inerte e muito frio agora,

Ainda sofre pelo teu amor.

Entreguei-me inteiro de todo coração

Porém, você

Na verdade jamais me amou!

Eu gostaria apenas te pedir,

Que não chore por este humilde ser

Se quando vivi não pode me amar

Por favor, esqueça que um dia te amei!

Siga teus passos, seja muito feliz,

Jamais se lembre de quem ainda te ama.

Deixa-me chorar tranquilo toda minha dor.

Ficar apenas com meus desenganos.

De onde estou liberto de toda maldade,

Que este mundo reservou pra mim,

Eu te prometo estarei sempre cuidando,

Para que você não passe pelo que eu passei.

Amo-te muito, amor, por isso eu quero,

De onde estou sempre te proteger.

Jamais deixarei que alguém te faça

Sofrer tão forte quanto me fizeste sofrer.

Quando sentires a brisa suave,

O teu rostinho vier acariciar,

Tenha certeza que sou eu que estou

Teu coração querendo confortar.

Quando uma estrela no céu brilhar mais forte,

E teu coração vibrar de alegria.

Saiba, sou eu que estarei lá,

Abençoando-te sem cessar todos os dias.

Quando no céu surgir uma lua linda

E uma alegria incontida te enviar,

Tenha certeza, sou eu quem pediu a lua,

Que envie paz para com você ficar.

Eu sei que não conseguiste me amar,

Mas o que importa é o grande amor

Que por você eu tenho e sempre tive.

Por este motivo eu preferi partir,

[Do que sofrer ingratidão e dor!

Agora eu volto novamente para onde estou,

E te prometo jamais te incomodar.

Não quero que escute mais os meus lamentos,

Eu me conformo apenas com a minha dor.

Neste momento de angústia eu te prometo

Jamais voltarei para te contrariar,

Sei que é difícil conviver com alguém,

Que nem em sonho conseguiste amar.

“JAMAIS CONFUNDA O POETA COM A SUA OBRA”

(POPE - 1688 - 1744)" - Epistola II