A Dor em suas Notas

Cada palavra aqui convexa,

Aflora de um habitat incomum aos olhos,

Gentil como o beija-flor sobre a flor

Colhendo o pólen, espelhando o néctar,

Despertando o jardim para a vida!

D’onde vem o argumento?

Só os Deuses podem contar esta história,

Marejada em mitologia, mariolada em golpes

Suaves do destino, por vezes incerto,

Mas sem perder o mensurar dos verbos!

Violeta... Ah! Violeta...

És a cor do verso versado,

Na linha da entrelinha

Cravada no peito,

Tatuada na alma,

Espalhada pelas folhas

Como estrofes no composite da luz

Guardando nas mãos,

A pétala sem botão!

Pela lisura da gota deslizante,

E a voz rouca do blues, desço mergulhando

Na nostalgia dos avessos semeados no amor,

Pelo côncavo do espelho espelhando o reverso,

A dor brilhando pelo sentimento!

Auber Fioravante Júnior

10/04/2012

Porto Alegre - RS