NOITES DE DIA
NOITES DE DIA
Há muitos pastos mortos nas searas da minha pátria.
Há impátriotas regendo sua orquestra lúgubre.
Há um elo analfabeto entre o miserável e o alienável.
Os gados secam,... Costelas expostas
A água lodosa poça saliva rochosa
A carne viva em carne viva...
O nordeste é enfermo milenar!
O escárnio político no serviço público paralítico
Escândalos são o manancial costumeiro
O eleitor serviçal, dejetos em bueiros...
O povo necessita de bons exemplos!
A copa é a olimpíada de verbas em pândegas parlamentares
A parasitagem é o celeiro subversivo
E a impunidade vem de uma justiça em conchavos.
São tantos os ratos entupindo as esplanadas...
O transporte é a vergonha inflacionada
A segurança é a assassina imprevidente
A saúde é a doença nacional
E a educação não é administrada por um pedagogo...
Se paga um alto preço pelo desprezo do contribuinte.
Somos réus, a sociedade é conivente
Mantenedora de raposas indolentes...
E escravizada por impostos decadentes.
Há um dia por vir
E ele far-se-á noite
Quando esse dia cair...
E todos os dias
Serão noites de dia.
CHICO DE ARRUDA.