Ausências...

Ao banhar-se pela manhã

exale a essência das rosa,

perfume a cabeça,

barbeie-se, não chore!

Chorar irá contrair a face,

o músculo pulsante no peito...

chorar enfraquecerá a dignidade

e eu não voltarei...

Pois quando eu me via,

estava sempre sozinha à banhar-me,

ao almoçar e ao jantar,

ao levantar e deitar!

Sorrateiramente percebi

que todo o seu universo me atingia,

mas não suportava a minha presença...

a minha ausência, pouco causa.

E agora uma lágrima seca,

velha e dolorosa parte dos olhos,

da face grotesca e séria,

séria e muda,

sem o tilintar da minha voz ao redor!

Doei para ti

os arranjos das minhas mãos,

os perfumes derramados nas toalhas,

o vapor do banho quente matinal...

Não irrito mais, não surto!

não adormeço em cama nossa,

não extermino a calmaria,

não compartilho, não aqueço,

só me esqueço... o que mesmo?

qual era esse meu embaraçoso sorriso?

escondido nos meu sonhos contigo,

acordados pela rispidez do dia.

Ausência tua: felicidade!

ausênsia minha: carência, maldade!

se deixei a cama intacta, vazia,

com o aroma do tempo, como nunca!

roxie
Enviado por roxie em 01/04/2012
Código do texto: T3587510
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.