Ausências...
Ao banhar-se pela manhã
exale a essência das rosa,
perfume a cabeça,
barbeie-se, não chore!
Chorar irá contrair a face,
o músculo pulsante no peito...
chorar enfraquecerá a dignidade
e eu não voltarei...
Pois quando eu me via,
estava sempre sozinha à banhar-me,
ao almoçar e ao jantar,
ao levantar e deitar!
Sorrateiramente percebi
que todo o seu universo me atingia,
mas não suportava a minha presença...
a minha ausência, pouco causa.
E agora uma lágrima seca,
velha e dolorosa parte dos olhos,
da face grotesca e séria,
séria e muda,
sem o tilintar da minha voz ao redor!
Doei para ti
os arranjos das minhas mãos,
os perfumes derramados nas toalhas,
o vapor do banho quente matinal...
Não irrito mais, não surto!
não adormeço em cama nossa,
não extermino a calmaria,
não compartilho, não aqueço,
só me esqueço... o que mesmo?
qual era esse meu embaraçoso sorriso?
escondido nos meu sonhos contigo,
acordados pela rispidez do dia.
Ausência tua: felicidade!
ausênsia minha: carência, maldade!
se deixei a cama intacta, vazia,
com o aroma do tempo, como nunca!