FIM
Um eu sem eu; olhar deserto, concreto,
Ante um velho espelho, comum, reto,
Marcas fiéis do tempo, refletidas.
Um eu enigmático, estranho, alma vaga,
Contemplando a surpresa triste, amarga,
A face cansada, cismada, envelhecida.
Um eu decrépito, perplexo, assustado,
Com a imagem embaçada do outro lado,
Com as (entre)linhas entristecidas.
Um eu que se mostra incapaz de progredir,
Que até tenta, mas, não consegue reluzir,
Sente as pálpebras enfraquecidas.
Um eu que procurou, mas, não encontrou o sentido,
E sabe que vai chegar sozinho, perdido,
No implacável fim da vida.
Um eu sem eu; olhar deserto, concreto,
Ante um velho espelho, comum, reto,
Marcas fiéis do tempo, refletidas.
Um eu enigmático, estranho, alma vaga,
Contemplando a surpresa triste, amarga,
A face cansada, cismada, envelhecida.
Um eu decrépito, perplexo, assustado,
Com a imagem embaçada do outro lado,
Com as (entre)linhas entristecidas.
Um eu que se mostra incapaz de progredir,
Que até tenta, mas, não consegue reluzir,
Sente as pálpebras enfraquecidas.
Um eu que procurou, mas, não encontrou o sentido,
E sabe que vai chegar sozinho, perdido,
No implacável fim da vida.