Fiar o dia na linha do tempo
Içar fio a fio na voz dos ventos
Entrelaçar sonhos em quimeras
Dar ponto a ponto nó em nó...
E não se sentir só...
Desenlaçar o novelo da vida
Na roca rangendo, entremeios,
Juntar linha e folhas ocas
Na revoada da memória...
Que se esconde... lá fora...
Fiar pão e vinho
Fiar água e chão
Fiar gota e orvalho
Fiar veios do coração
Fiar redemoinhos...
Nas rosas dos ventos
Que também fia caminhos
Que desenlaça pergaminhos
No tear,  sorte e devaneios...
Na paisagem do tempo
Que invento céu a fora
Noite e dia que aflora
Tear para não calar
Tear para reaprender
A fazer hora sem chorar
Tear... tear e apear...
Num monte longínquo
Tear para não parar...
Tear para se exilar
Tear para se abrigar
Tear para voar...
Tear para tecer...
Mel... Veios... Poesia
Tear para amar...
E recontar... horas e dias
Numa doce melodia...
Tear... para passar o tempo
E não ver a chuva cinzenta...
Que invade meus pensamentos!



Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 14/03/2012
Reeditado em 22/03/2012
Código do texto: T3554137
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