Instintos sádicos

O céu escureceu

Já não há mais razão para sorrir

Os pares antes pulsantes já não obedecem mais.

Impulsos mórbidos

Involuntários às minhas preces

Trancam-me nesse cárcere abandonado ao relento

despertando das trevas antigos tormentos

Instintos reclusos tornando-se canibais

Devoram minhas vísceras e me deixam a escolha:

Desistir ou seguir?... talvez me entregar

Fechos os olhos e vejo essa chuva de flores

De pétalas negras que exalam minha dor

E raízes secas que absorvem o tédio

Revelam-se espinhos

Penetram na carne... liberam o fluido.

Assim como o ódio que corre em minhas veias

Secam entranhas

Tornando-se fétidas

Desviando esse curso fúnebre

Para matar sua sede de sangue

Saciando teus desejos sádicos nessa mesa de caos e sacrifício

E que seja feita a sua vontade, assim na terra como no céu

Mas o céu escureceu

Já não há mais razão para sorrir.