O ALMIRANTE NEGRO

O ALMIRANTE NEGRO

Marinheiros, mulatos, negros, caiçaras,... Todos brasileiros

Lutaram em todas as guerras desde o descobrimento

E foram condecorados pelo açoite das chibatas dos forasteiros.

Suas carnes eram cortadas pelo pecado de um mau comportamento,...

Que supostamente far-se-ia exemplo, disciplinando a tripulação

E aos capitães, comandantes, os amedalhavam por bravura.

Numa época em que se fundia a negrura como sinônimo de tortura,

Era fato que viam a miserabilidade dos comandados com discriminação.

João Cândido Felisberto, “O Almirante Negro”, tornou-se insubmisso

Nenhum humano sobreviveria a 250 chibatadas! Assumiu o compromisso.

E no encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves, deu-se o motim

Mal sabiam que a partir daí,... A morte floresceria no seu jardim.

Sobreviveu a uma solitária lavada com água e cal

Porém, dezesseis de seus companheiros morreram envenenados

No calor, sem alimento e água, e ainda,... Era dia de Natal.

Foi preso, expulso da Marinha e internado num hospício

Quando solto,... O preconceito foi o seu suplício

Ninguém queria um ex-presidiário, agitador, negro, pobre e talvez louco.

Esse é o preço que se paga por pleitear mais humanidade

E nos dias de hoje, enxergo vários tipos de racismos e de racistas

São insalubres, pois caminham juntos com os fascistas e nazistas.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 10/02/2012
Código do texto: T3490435
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