GAIVOTA

Tua mudez,
Teu voo quebrado,
Tua solidez,
Inerte na areia fina,
Gaivota menina!
Das tardes sonoras,
Ante o meu olhar,
Reluzente, encantado,
Com o teu bailar.
Menina gaivota!
A tristeza me corta,
Por dentro/por fora,
A alma não suporta,
Ver teu voo silenciado,
Ondeado de grãos,
O que será
De mim agora,
Sem a tua fascinação,
Em que asas irei voar...
Sobre as ondas e coqueirais,
Em que asas serei muito mais,
Do que o limitado eu,
Pois, o seu voo era o meu,
Gaivota amiga!
Me diga;
Por que não,
Foi seu alvo a veia,
Azul do imenso mar,
E sim, a areia?