Completando a destruição
Canção de morte na terra em chamas,
cantigas que abrem chagas.
Cantos tristes e doloridos,
como que se quisessem encobrir
com um véu de melodias lúgubres,
cacos do que foi a harmonia.
Comunhão de pensamentos,
contagem regressiva para o fim.
Caminhos todos escuros e tortuosos,
crivados de dores angústias.
Coisas tristes... o caos,
crematório das esperanças,
canto fúnebre que embala a consciência,
canção para ninar os desenganos.
Chegou a hora. É hoje o dia.
Chuva e lágrimas misturam-se,
confundem-se no ar;
castelos de areia ruem.
Corações sem ritmo batem,
correndo como se fossem parar,
cantando uma ciranda funesta
com as cores da destruição.
Chuva na escuridão! Lágrimas.
Cinzas na imensidão! Ruínas.
Caos por toda parte! Covardia.
Coisas sem vida sobre a terra,
cessou de correr o rio! O mar!
Cantos de esperança calaram-se:
chegou o grande fim.
Caminhos não existem mais,
constelações não existem mais,
condições não existem mais.
Como neblina, como névoa densa,
cantiga infausta e funérea,
chove sobre o mundo lágrimas tristes,
cicios e gemidos de agonia.
Como tudo começou um dia,
caminhamos para o nada,
completando a destruição