EM ALGUMA ESQUINA DESSE ESCURO EU CANTEI O SEU NOME
EM ALGUMA ESQUINA DESSE ESCURO EU CANTEI O SEU NOME
Em outros tempos não houve esquinas, arestas...
Era um circulo onde nos moldávamos.
Não havia portas nem janelas.
O portal abriu-se para uma única entrada.
Às vezes existia muita luz,
Ou nenhuma.
Porem não era necessária.
O que nos guiava um ao encontro do outro,
Era a essência do sentimento,
Era o aroma dos nossos corpos.
Se preciso fosse,
Inventávamos a luminosidade.
Abríamos um sorriso do tamanho do universo,
E o som dos nossos corações,
Criava um escuro aconchegante, intimo, nosso...
Quando esse escuro tornou-se quadrado,
Sobrou cantos.
Sobrou espaços,
Onde eu não conseguia preencher.
Não éramos figuras geométricas amoldadas,
Éramos contidos num casamento de espaço e tempo.
Éramos homem e mulher
Que sempre se encontravam sobre uma ponte, ligados
Unidos, numa única chance
Que o universo nos proporciona.
Há um olhar que se escondeu da luz
Uma voz que se calou
Na busca de palavras
Que me dissesse que;
Em algum canto desse escuro
Um dia eu cantei o seu nome.
Di Camargo, 22/01/2012