Solidão
você não me vê aqui?!
não,
você não vê.
ainda que minhas veias abertas
implore um pouco de atenção,
você ainda não consegue me dar
o que eu preciso tanto...
então quebro as vidraças
do tempo,
e espio pelos estilhaços,
e vejo uma criança do avesso,
sentado numa cadeira envelhecida,
e atende pelo meu nome,
e usa vestidos embolorados,
e tem os cabelos queimados
e sorri de tanta dor.