Nada tem de mais ácido
Isso nem mesmo me fascina,
me alucina, me faz crer...
Não, este texto se declina,
escorre, tal qual areia quente,
nas mãos frias da sorte
na inveja fina da morte,
no passaporte insano do sofrer.
Não, é antitemático meu poema,
antipático, sarcástico,
ácido, por assim dizer...
Para quê ler? Não tem nada aqui!!
Pare! só tem algo corrosivo
e eu não sei o que é!
A corrosão não te faz bem...
Nem a mim! Pare de me ler!
Tem um não extenso,
um nada ardiloso, extremo no peito,
no conceito de certo e errado,
na pergunta calada antes de dormir!
Pare! não leia... por favor, pare!
Não compartilhe dessa sujeira,
dessa fraqueza humana sub.
Se viver com o nó na garganta,
não atrapalha a fala,
não atrapalha a malha da minha camiseta!
Cale-se! Pense mais baixo!
Incomoda a sua respiração,
não o seu desdem!
Não é porque eu não tenho o que dizer...
que eu não tenha o que sentir!