O MOURO
O MOURO
E então, a augusta lei esteriliza o mouro
E os acéfalos veneram o círio lutuoso.
Condenado foi por descrer no salvador vindouro
E os reis do solo do céu, sacrificar-te-iam honroso.
Cultuavam a ondina. Romaria de mentes em coréia.
A corda volteava o pescoço, e o olhar aluava-se no eclipse
Fulminada à luz,... O palor era o lodo da platéia
E o verdugo tremeleava, o antes egrégio, temia o apocalipse.
Do nó estrangulador soltaram-te os fetichistas
E o Édipo réu entregou-se à nostalgia,...
Incompreendido dos cristãos reviria teu povo sarraceno.
O mundo medieval era uma ostra, cárcere de conquistas
Matavam-se pela gana de uma vã profecia,...
E priorizavam as benesses de seu próprio veneno.
CHICO DE ARRUDA.