O MOURO

O MOURO

E então, a augusta lei esteriliza o mouro

E os acéfalos veneram o círio lutuoso.

Condenado foi por descrer no salvador vindouro

E os reis do solo do céu, sacrificar-te-iam honroso.

Cultuavam a ondina. Romaria de mentes em coréia.

A corda volteava o pescoço, e o olhar aluava-se no eclipse

Fulminada à luz,... O palor era o lodo da platéia

E o verdugo tremeleava, o antes egrégio, temia o apocalipse.

Do nó estrangulador soltaram-te os fetichistas

E o Édipo réu entregou-se à nostalgia,...

Incompreendido dos cristãos reviria teu povo sarraceno.

O mundo medieval era uma ostra, cárcere de conquistas

Matavam-se pela gana de uma vã profecia,...

E priorizavam as benesses de seu próprio veneno.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 26/10/2011
Código do texto: T3299884
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