SEM SENTIDO

Esse mundo limitado,
Girando sobre o fraco eu,
Esse eu opaco, cansado,
Da estranha paisagem,
Das dores que a vida me deu,
Esse destino que me olha,
Misteriosamente calado,
Esse espírito que desfolha,
Feito um galho desgalhado,
À mercê do indefinido,
Esse sol que se esconde,
Entre densas nuvens,
Esses passos sem sentido,
Esse vou... não sei para onde,
Grito mas, ninguém responde,
O socorro não vem,
Esse deserto tártaro,
Meu olhar entristecido,
Como o de um cativo pássaro,
Esse roto lábaro,
Caído nos pés do mastro,
Esse rastro,
De esperança,
Que tenta, mas, não alcança,
Não resplandece,
Esse nada que acontece,
No congestionado ar,
E esse pobre coração,
Que alheio à razão,
Não te esquece,
Se ao menos eu pudesse chorar,
Mas, nem uma lágrima
                                         desce.


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MEU GRITO 

Grito alto, não me escutam,
é insana a minha luta
tentando me erguer da sarjeta,
onde, mera figura abjeta,
totalmente abandonada,
não encontro uma saída
para os problemas da vida,
que me fez tão desgraçada.
De esperanças não mais vivo,
minh'alma se abate cansada,
esqueci mesmo o motivo
porque, um dia, entre sorrisos
tu me ofereceste flores,
das mais variadas cores,
lindas, belas perfumadas...
porém mais que de repente,
sem aviso, simplesmente,
tu te foste pela estrada. 

Onde estás que não me escutas?
Ah, saudade, enorme e bruta.

(HLuna)