NA COMPANHIA DOS PÁSSAROS

Restou apenas o afago dos pássaros,

Deixaste-me naquela cabana,

Não disse quando voltaria,

Amou-me desta vez como se fosse à última.

Corri até a estrada... Triste!

Meus olhos buscavam-te longe,

Meu grito não adiantaria em nada,

E a dor no peito era talhante.

Oh, cruel viajante! Fostes assim...

Levou contigo um pedaço de mim,

Por uma noite me fez feliz e mulher,

Agora esvaindo em sangue meu peito aqui...

Cruel é a dor da partida!

Quando se vai quem se quer bem,

A alma fica machucada encolhida,

Se comprimir o sangue vem,

Esvaindo-se leva tempo que não se sabe bem.

Olhando para as aves amigas...

Tristes escondem os bicos debaixo das asas,

Tudo é silêncio... Até na alma dos pássaros!

Um olhar triste do sabiá desconsolado.

Queres voltar à cabana? Perguntavam...

Não vá moça! Imploravam...

Juntos ficaram na varanda,

E com os pássaros chorei semanas.

NATIVA
Enviado por NATIVA em 09/09/2011
Reeditado em 09/09/2011
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