NA COMPANHIA DOS PÁSSAROS
Restou apenas o afago dos pássaros,
Deixaste-me naquela cabana,
Não disse quando voltaria,
Amou-me desta vez como se fosse à última.
Corri até a estrada... Triste!
Meus olhos buscavam-te longe,
Meu grito não adiantaria em nada,
E a dor no peito era talhante.
Oh, cruel viajante! Fostes assim...
Levou contigo um pedaço de mim,
Por uma noite me fez feliz e mulher,
Agora esvaindo em sangue meu peito aqui...
Cruel é a dor da partida!
Quando se vai quem se quer bem,
A alma fica machucada encolhida,
Se comprimir o sangue vem,
Esvaindo-se leva tempo que não se sabe bem.
Olhando para as aves amigas...
Tristes escondem os bicos debaixo das asas,
Tudo é silêncio... Até na alma dos pássaros!
Um olhar triste do sabiá desconsolado.
Queres voltar à cabana? Perguntavam...
Não vá moça! Imploravam...
Juntos ficaram na varanda,
E com os pássaros chorei semanas.