Mergulho
Imóvel
Olhando atentamente para o teto
Ouvindo as mesmas músicas que sempre ouve
Sentindo-se invisível e vazio
Como sempre...
Abandonado
Deixado para trás por todos aqueles que nunca o viram, nem sentiram sua presença
Será que alguém ver as marcas de sangue em seu corpo?
Acabado, plenamente cansado
Angustiado, constantemente atormentado
Esquecido, pois nunca foi realmente lembrado
Morto, Pois esqueceu como se vive
O que fazer?
Já não encontra forças para seguir
Sonhar não adianta mais, pois os sonhos tornaram-se pesadelo.
Auto-mutilação
Depressão ao limite
Desejo constante de morrer
Seus pensamentos o assustam
Seu reflexo no espelho lhe da medo
Perdeu sua alma em seu último suspiro
É um peregrino no mundo da dor
Senti-se morto por dentro e morrendo por fora
Além de seus olhos ele vê o vazio
Além de sua alma ele sente a escuridão
Afongando-se em lágrimas
Mas que insano martírio ele tem de sofrer
Perdido nessa estrada da vida
Calculando quantas vezes a morte lhe caiu bem
Suas íris estão tão negras quanto seu coração
No cenário mórbido chamado depressão
A solidão afaga seu companheiro
Que aos poucos vai deixando-se levar pela dor
E mesmo temendo o desconhecido
Lança-se ao fim chamado inicio
E recomeça sua caminhada pelos labirintos da vida
Para que quando chegar ao fim, possa conhecer a morte.