Ah! A morte, esta libélula
Ah! Esta presença misteriosa que espreita a minha existência
Que conspira na escuridão
Que inspira solidão
Que observa pelos cantos, espantando os meus encantos
Por que me deixas tão só com sua presença
Por que afaga-me o pranto evaporando minhas lágrimas
Porque se alegra comigo levando-me embora o sorriso
Porque escuta com prazer o silêncio dos meus cantos
Esta libélula que plaina na escuridão dos meus sonhos
Que pousa na desilusão de minha alma
Que lança-se sobre o vento de minhas ilusões
A esgueirar pela janela de minhas realizações
Não posso viver sem esperar por teu abraço
Não posso morrer se não em teu colo
Não quero ver-te, mas tu me vês
Não quero ter-te, mas tu me tens
A cada segundo de minha vida caminhas ao meu lado
A cada minuto, observas meus defeitos
A cada hora me acaricia o orgulho
A cada dia me espera calmamente
Ah! Esta libélula, que espreita meu último suspiro
Não me odeia os sonhos, nem minhas desilusões
Não se importa de me levar tão cedo
Mas está certa de que estareis em teu colo ao anoitecer