LETRAS DE SANGUE

LETRAS DE SANGUE

Estou sem inspiração,...

... Nada me contenta.

Ando dormindo ansiado

Tudo me é reprimenda

Nem mais sonho acordado

Ganhei muita falta de imaginação.

Espremo meu cérebro maltrapilho

Mas a dor me acomete no baldado.

As teclas têm saudades de o meu teclar

E eu, ausento-me de mim mesmo

Fumo meu cigarro, com gosto de torresmo

E perco a vontade de descansar.

Meu pensamento pungente

Quer saber o que houve com minha mente???

A minha boca tem o azedume de chulé

Me desvario,... A tomar café.

As folhas me alimentam assaz

Mas caem como pedras na gastrite espiral

Quero assassinar meu estomago mordaz

E vomitar minha hemorragia pseudo-intelectual.

A tela me cega e adensa toda essa isenção

Parece que sorri me punindo basilar.

E então, desligo toda e qualquer televisão

Para refrear as muitas besteiras que joga no meu lar.

A insônia me desperta do meu bocejar

Pego meu caderno para testar a caligrafia

E minhas letras, respaldam uma orgia.

Humílimo,... Vou aos espíritos de gelo

Oferto-lhes o aconchego de um velo

E ouço conselhos de uma família tacanha

E liberto-me dessa gente estranha.

A nenhum escritor desejo esse oco de criação

A todos é concedido o poder da sublimação.

Voltarei a escrever

Ate na hora da morte.

Terei calma.

Não me desesperarei na sorte

... Frente ao esperado.

As idéias que me precatem

Aferem a insuficiência do meu cérebro, ora, inapetente

Mas a vindita virá... Na passagem

Em versos que prevaricam com competência... Pacientemente.

Escreverei. . .

E,... Com tanto ódio por tudo que passei

Que amarei mais o infortúnio que carreguei.

Sou um delinqüente de ego ensaísta

Mas,... Não enxerguei que há mais gente nesta lista.

Será que a jaez da minha vergonha bandida

Advém do cárcere da esperança... De tantas dores?

Borbotaram-me formas disformes que por mim foi banida

Converso com minha maquina de pavor, que me usura seus horrores

Entretanto no semi-ébrio do meu sangue

Aguardo, sem rancores, que essa inércia se destranque.

Derramo aqui, sem piedade,... A minha ausência de vida.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 01/08/2011
Código do texto: T3133180
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