Correntes do segredo
De manhã, acorrentado estou
Caminho nas ruas sozinho
Guardando segredo de quem sou
Disfarçando em familia, amigos, vizinhos
Trancado para sempre
Ninguém nunca entenderá
É um destino que se sente
Esse cadeado nunca se abrirá
Acorrentado, um corpo disfarçado
Minha alma se enfraquece
O coração mutilado
O segredo não se esquece
O erro sem culpa
A sexualidade, o sofrimento
A sociedade, pela lupa
Acompanha meu falecimento
Nunca poderei ser feliz
Não gosto do correto
O errado, não posso, mas quis
Tentando seguir o caminho certo
Estou deitado no quarto do sofrer
Esperando a morte me tomar
Para que um dia quando morrer
Eu possa finalmente me libertar