Correntes do segredo

De manhã, acorrentado estou

Caminho nas ruas sozinho

Guardando segredo de quem sou

Disfarçando em familia, amigos, vizinhos

Trancado para sempre

Ninguém nunca entenderá

É um destino que se sente

Esse cadeado nunca se abrirá

Acorrentado, um corpo disfarçado

Minha alma se enfraquece

O coração mutilado

O segredo não se esquece

O erro sem culpa

A sexualidade, o sofrimento

A sociedade, pela lupa

Acompanha meu falecimento

Nunca poderei ser feliz

Não gosto do correto

O errado, não posso, mas quis

Tentando seguir o caminho certo

Estou deitado no quarto do sofrer

Esperando a morte me tomar

Para que um dia quando morrer

Eu possa finalmente me libertar

Roberto William
Enviado por Roberto William em 30/07/2011
Reeditado em 06/06/2014
Código do texto: T3129314
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