À MORTE DE MEU PASSARINHO
Meu passarinho, que de encanto
tomavas minhas noites e dias,
já não ouço mais teu alegre canto,
o que tu com amor tão bem fazias.
Eras a minha emoção, terna alegria,
ver-te voar sempre foi minha surpresa,
e nem uma nota de teu cantar tremia,
quando ao sol cantavas com destreza.
E se me vias, buscavas uma sementinha,
para me ofertar com teu carinho,
eras tudo nessa tua pequena vidinha,
agora que não te vejo, sinto-me sozinho.
Lembro-me de como eras um passarinho
cheio de vida, na tua tenra idade,
e de quando trémulo saíste do ninho,
para a minha mais completa felicidade.
Ver-te alisar as penas com sagacidade,
àquilo que tu tão bem cuidavas,
peito cheio, gozando de liberdade,
meu alegre ser arrebatavas.
Mas agora, que com saudades partiste,
assassinado por um voraz ladrão,
a tua ida prematura, deixa-me triste,
neste choroso e incrédulo coração.
Jorge Humberto
10/07/11