E.T. : Querido Rato.
Demorei muito tempo para vir escrever
Observei tanto o começo de tudo
A proposição medida que Deus nos permite
E me limitei a aceitar sem fulminação
A morte de meu cachorro pequeno
Justo aquele pequenino com sua alegria esfuziante
Que não se opunha, que não pecava, que não respondia.
Ele era em si pura sensação e emoção
Juntava todas as coisas e unidas davam naquele bicho
Que de tão feio e rato, era lindo.
Até que quase sem perceber as lágrimas me caíram
Assim tímidas, sem que eu mesma previsse.
Eu amava aquele animal com força humana
Pelo simples fato de ser uma criatura advinda dos céus
Ele que me permitia gostar sem pesar
No final estava tão exausta da vida
Que a morte de meu cão foi a gota d'água
Chorei feito criança, abraçando o travesseiro;
Na espera que pudesse dormir e acordar limpa
Com o coração batendo mais fraco
O clima de tensão era tão supremo
Pois seria eu a que teria que avisar
A morte do cachorro amado pela casa inteira
Até que Mãe chega em casa, na espera de felicidade;
E encontra um ar displicente que denunciava.
Ó Deus, o proteja, ele não teve culpa de nada.