AS BORBOLETAS
Acendi um baseadinho bem enrolado.
Sentei-me naquelas úmidas pedras,
Lembrei-me do meu breve passado,
Das minhas vitórias e das quedas.
A minha tosca parcela de maldade
De um jovem colorido e sonhador,
Chegou ao limite de um ser voador.
Matei a mim, antes de matar a beldade.
Sou um colecionador, sou o erro da paz!
Sou um predador, o que leva e nunca traz!
Não tenho ninguém neste momento...
Compartilho apenas o sofrimento,
Após matar as lindas borboletas,
Nesta manhã de ato muito covarde.
Agora eu as contemplo obsoletas,
Sem poder trazer-lhes a vida,
Uma criatura tão querida,
Pois já é muito tarde...
Em casa vou alfinetá-las no isopor.
Jlle, 30/11/1990.