HOJE ESTOU TRISTE
(Sócrates Di Lima)
Ninguém jamais me viu triste,
Senão por passamentos,
O amor sempre me foi alegre e ainda persiste,
A tristeza sempre esteve á margem dos meus sentimentos.
Mas hoje, não sei por qual razão,
Um aperto tomou conta do meu coração,
Por algum momento, o fôlego me tirou a emoção,
E eu fiquei triste não sei dessa interrogação.
É como se algo estivesse por um fio,
Como se algo estivesse saido do foco do meu olhar,
Como se uma ferida se abrisse e ninguem viu,
Derramando-se na vontade de chorar.
Hoje estou triste, como qualquer vivente,
Mas não é uma tristeza sangrante,
É um triste até sufocante,
Porém, um triste contingente.
Não sei dizer o que isto pode ser,
Só sei que algo perdi no meu tempo fragmentado,
É algo que não tenho maiso poder de manter,
E nunca mais será encontrado.
Sinto que perdi a beleza das minhas poesias,
Que perdi a fragrância das minhas flores,
Que perdi as cores do arco-íris e suas fantasias,
Que perdi o fio dos meus sensores.
E por isto estou triste,
Como se minha pressão arterial caisse ao chão,
Uma sensação de perda que insiste,
Em me dizer que algo escapou da minha mão.
E eu sei o que é,
Foram os cristais da Lua que escorreu pelos meus dedos,
Foram os cristais de saudades reveladas nos meus segredos,
E eu inconscientemente perdi minha fé.
Sinto um frio imensurável,
Um arrepido rasgar a minha carne fria,
Como um terremoto rasga o chão desenfreável,
Como se despencando cada sílaba da minha poesia.
Fecho os olhos sem entender,
E pouco a pouco meu coração vai se refazendo,
A ferida vai se fechando pra eu saber,
Que o mal pressentimento está passando.
Respiro fundo neste momento,
Sinto minha pele arrepiada se compondo,
Levanto-me do meu momentâneo desfalecimento,
Triste ainda persisto, mas sei até quando.
Quando o dia amanhecer,
E minha alma esquecer,
Que assim vou me perder,
E o meu amor reverter.
Sempre valerá a pena,
Lutar pelo amor de minha pequena,
Basilissa é o reverso da minha tristeza,
Porque dentro dela existe o amor que me da firmeza