Eu vivo uma loucura
Sem cura
Nem direção...
Mas, sei de antemão
Que viver é gastura
É contradição...
Eu vivo um desespero
Co'esse brado do coração
Pelo gosto desgostante
De viver sem opção...
Não me deram
Nem a chance, nem a escolha...
E não há taça que recolha
Esta lágrima que é pus...
Nessa vida tudo dói
Tudo é dor e frustração...
Tantos sapos na goela...
Tantos cacos na panela...
Tanta morta refeição.
Viver dói...
Como martírio...
Um suplício,
Uma ilusão...
Precipício, contradição...
Artifício da humanidade...
Pois, o rumo em verdade
É aceitar a condição
De viver para morrer,
De correr na contramão...