Ah! Que tristeza
Ah! Essa tristeza que fere minha alma
Com tanto prazer e furor
E essa lágrima teimosa
Que do meu rosto insiste rolar
Sinto-me em águas profundas
Onde ninguém pode me salvar
Eu grito entre a multidão
Mas é muda minha angustia
É inútil meu esforçar.
Torno-me quase transparente
Enquanto caminho pelas ruas
Dentro de mim uma dor aguda
Que despedaça minha esperança aparente
Ainda se chorasse um rio de lágrimas
Não seria suficiente
A mágoa em que mim habita
É alimentada a cada dia por minha alma doente
Ah! Como sonho com um milagre!
Agarro-me a esse desejo insano
Sem saber ao certo se é invenção ou realidade
Apenas anseio com a pobre força que ainda há em mim
Nesse vai e vem sem fim
Assim é minha vida
Arrastada pelas horas que devagar movem o dia
Abrigo-me por trás das palavras que escrevo
Pondo nelas todo meu amor e meu desespero
Corro entre dois mundos paralelos
O que aprisionada estou e o que quero.