insalubre

Como a morte que senta em um tronco, moribundo

a respiração falta,

como ao invés de ar, fosse chumbo

que inalasse.

Nos ombros, o peso que trago

como se tragasse

do ferro, a limalha

engulo do pão

a migalha

que amassou, o diabo.

O querer platônico não é bonito,

não é saudável,

não é amigo

do seu corpo

não é abrigo

do seu espírito

apenas jazigo

Como os aspecto dos objetos antigos

surrados, vencidos

flores secas, mármores curtidos

minha essência está vestida

dessa roupa

andrajosa, ferida

mórbida, falida

braços fracos

olhos baços

e tez caída, lúgubre.

Amar sozinho... é insalubre.

Maeve Tasadür
Enviado por Maeve Tasadür em 02/05/2011
Código do texto: T2943675
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