insalubre
Como a morte que senta em um tronco, moribundo
a respiração falta,
como ao invés de ar, fosse chumbo
que inalasse.
Nos ombros, o peso que trago
como se tragasse
do ferro, a limalha
engulo do pão
a migalha
que amassou, o diabo.
O querer platônico não é bonito,
não é saudável,
não é amigo
do seu corpo
não é abrigo
do seu espírito
apenas jazigo
Como os aspecto dos objetos antigos
surrados, vencidos
flores secas, mármores curtidos
minha essência está vestida
dessa roupa
andrajosa, ferida
mórbida, falida
braços fracos
olhos baços
e tez caída, lúgubre.
Amar sozinho... é insalubre.