SOLIDÃO E DESEJO
Quando tu choras escondida
Em meio às brumas da noite
Sem entender o vazio do teu leito,
É a solidão confessando ao teu peito
O quanto dói o açoite
Da saudade recolhida...
E busca o conforto externo
Na música que te enleva com triste solfejo,
Na bebida, na comida, no revirar lembranças antigas;
E a solidão é a única amiga
De todo o teu desejo
De todo o teu inferno.
Ouse, querida! levante-se!
Permita-se ser amada!
Vista tua roupa mais linda
Sorria, estás viva ainda,
Saia perfumada,
Encontre-se!
Viva o amor que nunca viveste,
Entregue-se a uma paixão desenfreada,
Sinta os sabores e perfumes da vida;
Traga à tona sua pessoa incompreendida,
Encare o sentir-se desejada
Deixe que seu “eu” se manifeste.