Realengo

Eu só queria aprender

Sobreviver

Terceiro mundo sem paz

O meu sonho é viver

Em estudo poder

Ser bem mais

Doce criança pobre

Que se acostuma com o não tem

O não pode

Como pode

Tirar a ansiedade da vida

Ainda não vivida

Esperança morta

Meninas tão belas

Que o futuro não quis

Abraçar

Dilma em choro soluça

Sem solução pra dar

Doces meninas tão belas

Manchas negras e cores

Cinzentas

Até o arco íris é grey

E o céu azul caiu

Doze estrelas partidas no chão

Regrei

Pais não enterram seus filhos

Quem vai consolar corações

Tão sofridos

Quero um dia vê-las

No céu mais que azul

A brilhar

(por mais que eu me acostume com o crime, atuando no juizado criminal, não consigo conter minha tristeza, minhas lagrimas com tão vil tragédia...os guardas municipais ao invés de estarem guadando o patrimonio carioca massacrando os camelôs, deveriam estar em cada porta de escola inibindo a droga, a marginalidade...e quem sabe, esse massacre, essa perda de vidas teria sido evitado)

Marcelo Gomes