Poente

Raios esplendorosos, densos. Oculto.

O leve seio pulsante em meu escudo

Doce, claro, um poente palhaço astuto.

Mãos alvas, brancas... Como veludo

Trêmulas, uma sombra dançante e muda,

Bailando seu desespero... Minguante e pálida.

Magra... Num gozo derradeiro, minha amada

Derrama fria sobre a minha mão cálida.

Neste verso, nebuloso sepulcro de amor.

Onde eles dançam sobre imagens decaídas,

Versos que bailam um negro sabor.

Em páginas de tempos serão esquecidas.

Vaporoso e rosado, montanhas de tinto vinho.

Que marcadamente tornava-me aéreo

Caminhava entre suspiros ou sozinho.

Agora frios, esquecidos, são um mistério.

Silenciosas letras... Pulsantes e caladas

Que o vento denso e calmo esconde de mim.

Ainda vejo, neste rio. Fracamente encantadas,

Na estrada caída... Morta no jardim.

Mãos alvas, brancas... Bailando sobre a saudade

Mergulhando no leito dançante, misterioso salão.

Imagens concretas, fetiche ou maldade

Caladas, torna-se num leito, um brasão.

lord crow
Enviado por lord crow em 18/01/2011
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