REFAZENDO CAMINHOS
Ah! Se eu pudesse retornar no tempo …
Apagaria os vestígios das minhas tresloucadas ações;
desmancharia as minhas pegadas,
para que ninguém as seguisse e
chegasse ao final da estrada com lágrimas nos olhos…
decepcionados com a brutalidade da Vida.
Voltar …
Como voltar se à medida que caminhei
fui construindo um muro à minha retaguarda?
Não tenho visão do passado.
Não tenho emoção no presente.
Não tenho uma perspectiva do futuro.
Chorar …? Ninguém Veria!
Gritar …? Ninguém ouviria!
Gargalhar de maneira insana …? Ninguém me internaria!
O mundo parece indiferente à minha dor
e eu nao sei lidar com a indiferença,
pois ela tem a propriedade de nos ferir
no ponto mais vulnerável e sensível: o coração.
Voltar …
Por quê voltar se nada ficou para ser resgatado?
Sentar e ficar “com a boca escancarada,
cheia de dentes, esperando a morte chegar”?
E se ela demorar…???
Devo abreviar a Existência ???!!!
Ou devo ouvir o Poeta Maior?
“Alexandre, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija (…)
Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate..."
Levanto-me, olhar decidido,
fixo num horizonte de esperanças!
Caminho só, melancólico, mas na vertical…
Eu sou a palmeira, eu sou o grito…
E o meu grito acenderá todas as luzes…