EU POSSO FAZER MAIS DO QUE SIMPLEMENTE IGNORAR
(Sócrates Di Lima)

No dedo um anel,
Talvez a única ligação entre o seu passado e presente,
Uma família desfeita,
Um casamento fracassado,
Um laço eterno de amor jogado ao relento.
No corpo, talvez as marcas do seu destino,
Na mente o pavor da solidão,
Na cabeça os restos da sua tolerância,
Na feição,
A amarga vida desacreditada.
E a sociedade olha com compaixão???
Pena...
Vontade de dar um pedaço de pão dormido.
Não, não deveria ser assim.
A quem te pede o pão,
Não lhe dê...
Dê-he a massa e ensina a fazê-lo,
O resultado será divino.
A sociedade espera um ano para se confraternizar,
Sofisticados banquetes,
Bebidas importadas,
Exibições em praça pública dos carrões...
Natal..
Ano Novo..
E o resto do ano?
Do que adiante ir a igreja, rezar, chorar,
Se entregar ás emoções,
E ao sair de lá,
Fecha o vidro do carro e nem se quer dá atenção ao mendigo,
Ao pobre diabo sem horizontes,
Sem experanças!
Não significa que não se possa comemorar o Natal e Ano Novo,
Mas, que então se aproveite tais datas,
Para a reflexão,
Para a auto avaliação,
Se pergunte:
- O que eu fiz por mim e pelo próximo?
-Quem sou eu?
-Quem é aquele deitado na caçada,
Esfarrapado, bêbado, perdido, desorientado?
Não é culpa de Deus,
Mas, da sociedade hipócrita,
Uma sociedade que só vê o seu umbigo,
A sua ambição, a falsa crença...
Eu não posso ter pena de uma pessoa perdida nas calçadas da vida,
Mas, posso, perfeitamente, tentar ajuda-la a se elevantar.
Medo!!
Todos nós temos o medo da violência, do perigo em cada esquina,
Da invasão do sagrado lar por malfeitores,
Mas...podemos observar, aquele pobre diabo escorado na sarjeta,
E, afastado a possibilidade do perigo,
Já que existe esse temor,
Tentar ajudar.
Não com dinheiro,
Nem restos de comida da mesa farta,
Mas, com solidariedade,
Uma palavra de conforto,
Um sorriso,
Uma atenção...
E qual o preço disso?
O preço disso, é o olhar sorridente de Deus,
Que, enfim, pode crer que o homem á sua semelhança,
Pode perfeitamente compensar o seu próximo com atos, atitudes,
Boa vontade, e acima de tudo, uma palavra de amor,
Eu posso ter me furtado a isso,
Posso ter ignorado a isso,
Posso ter esquecido disso,
Posso ter fugido disso,
Posso não ter feito em determinado momento,
Aquilo que eu deveria ter feito,
Posso ter negado ajuda a quem jamais deveria ter sido negado, por absoluto egoismo, excentricismo, ciúme...
Deveria ter sido surdo para ter ouvido o choro de clamor e eu fui inerte, deixei passar ïn albis" sem nada ter feito e perdido uma jóia preciosissima.
Peço perdão a Deus, por ter sido assim,
E porque não me repensar!
Me reciclar!
Rever meus erros e intolerâncias e me corrigir?
O momento é agora,
E assim fazê-lo o ano todo que principia,
Hoje, um bom momento para reflexão.


FELIZ ANO NOVO PARA TODOS.



Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 29/12/2010
Reeditado em 31/12/2010
Código do texto: T2697676
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