Rascunho De Uma Vida Sem Valor

Há quanto tempo anseio

Estancar a dor que sinto

Envolto em fogo e, receio,

Amaldiçoado e extinto

Conheci pouco da glória

Da qual hoje nada resta

E logo acaba a estória

Moribunda e funesta

O corpo morto mantém presa

Uma alma a ser liberta

Afundada na tristeza

E tanta dor ela desperta

A besta da escuridão

Que dentro de mim impera

Me guia, morto, sem visão

À tristeza, que me espera

O ódio corre nas veias

Me absorve por completo

E lágrimas, como teias

Tecidas do chão ao teto

Cansado da caminhada

Por este enorme labirinto

Descanso eterno, morte, sonhada!

Dou-te minh’alma, não minto!

Mas não sou um pecador

A morte hei de esperar

E ansiar com ardor

O inferno meu nome chamar!

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 10/12/2010
Reeditado em 26/10/2018
Código do texto: T2664880
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