A NONA CHAMA

Apagou-se a minha nona chama,

a vela que acende as demais,

agora, no peito, uma dor inflama,

vivo as minhas luzes gerais.

Não sei se vivo ou se morro

nem se ando ou se me dirijo,

se inerte fico ou se corro,

a minha dor é o meu regozijo.

E agora em teu inóspito seio,

que nunca de fato me mantive,

só estive em freima e devaneio

pela dor que em mim agora vive.

O sopro da discórdia que apaga a vela

das nove acesas que tudo fumaçam,

a hanukiá que estava posta na janela

nas trevas da noite que ameaçam.

Mas queima a chama até apagar-se

pela falta de pavio e parafina;

queima a noite toda até findar-se

queima, ó vela menina!

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 05/12/2010
Reeditado em 05/12/2010
Código do texto: T2654407
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