Ode a Vênus
O que escrevo não são versos, minha senhora
São apenas palavras que a brisa canta,
Singela, silenciosas... Sepulcro de glória,
Belas palavras, mas ao menos ti encanta?
Silabas silentes, murmuradas a soluços.
Entre seus cabelos, escritos na escuridão.
Mesmo que meus amores sejam surtos,
Seus murmuros, vêem ao meu ouvido com paixão.
Cante em meus ouvidos, ilusórias canção,
Como um vento frio, de mortos sentimentos
Livres e leves... em morta estação.
Ventos frios e gélidos, eternos encantamentos.
Imagens de moribundos, divinas, medrosas,
malditas, graciosas... sorrisos para mim.
Seus lábios, são palavras e liras, gloriosas,
Um uivo de dor, condenados ao fim.
Profanas, doces, fábulas ao luar,
Silvestres, encantadoras, aroma de jasmim
Memso procurando a lagoa doce no mar.
No sepulcro ao meu lado dirá sim!
Seu aroma ao menos me toca, como lira,
Amaldiçoando minh'alma, tombarei.
Oh morte! deixa ao menos esses versos, não como ira,
Como desespero, ao lado de minha Vênus, não dormirei.