DUAS CRIANÇAS

Dois seres na aurora da vida

Duas crianças a se amar.

Em seus sonhos e ilusões

A chama acesa nos corações,

Jamais irá se apagar.

Duas vidas inocentes

Flores vivas em um jardim.

Na alma destas crianças

Reinava forte a esperança,

De uma felicidade sem fim.

Colhendo flores pelos campos

Em suas purezas infantis.

Corriam alegres pela praia

Sem saber que, de tocaia,

O destino lhes traçava ardís.

Dos gorotos de outrora

Suas fantasias foram destruídas.

O menino da cútis alourada

E a menina de pele acetinada,

A outras vidas estão ligadas.

Novamente se cruzaram

Aqueles seres do passado.

Nos corações reacendeu a chama

Pois a alma que se ama,

Não esquece o seu amado.

Seus olhos se encontraram

Recordando a infância de outrora.

Notaram então desesperados

Que hoje tudo está mudado,

Suas manhãs não tem aurora.

Relembraram o tempo ditoso

Quando trocavam juras de amor.

E os lábios agora selados

Os meninos estão algemados,

A outros corpos sem calor.

Flores despetaladas pelo inverno

Sem sol para os aquecerem.

Vão os meninos separados

Chorando a saudade do passado,

Com os corações relutantes em esquecerem.

Menino do cabelo dourado

Vaga pela vida sem esperança.

De se unir à sua amada

A menina da pele acetinada,

Que jamais lhe sairá da lembrança.

Ademar de Paula
Enviado por Ademar de Paula em 24/11/2010
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