OBSCURO DESTINO
Enfrentei o sol e a tempestade
para seguir o meu coração
fiquei preso na solidão
mas não te ocultei a verdade.
Os corvos grasnam no infinito
como num dia de temporal
nos píncaros escondem o meu delito
levados por um vendaval.
E pelas linhas adelgaçadas
que traçou o meu obscuro destino,
irrompe o desejo pelo teu beijo
nos lábios quentes que desatino.
Tu ficas arredia em teus traumas,
complexos de inferioridade
se apoderam de tua bela alma
como nos tempos da puberdade.
Mas enfrentei a tempestade,
me protegi na tua guarita,
para matar a minha saudade
que me matava esta maldita.
Porém, não vejo em teus olhos de mel,
a mesma vivacidade de antes
como quando tinhas na casa antiga
que me fazias sentir o teu céu.
Não quero os corvos da solidão,
são companheiros funestos,
de mórbidas lembranças de punição,
de tristes lugares e modestos.
Hoje a noite é morta, o dia é escuro,
porque o teu beijo não tem desejo
e eu não consigo ver um futuro
por tudo isto que eu vejo.
(YEHORAM)