OBSCURO DESTINO

Enfrentei o sol e a tempestade

para seguir o meu coração

fiquei preso na solidão

mas não te ocultei a verdade.

Os corvos grasnam no infinito

como num dia de temporal

nos píncaros escondem o meu delito

levados por um vendaval.

E pelas linhas adelgaçadas

que traçou o meu obscuro destino,

irrompe o desejo pelo teu beijo

nos lábios quentes que desatino.

Tu ficas arredia em teus traumas,

complexos de inferioridade

se apoderam de tua bela alma

como nos tempos da puberdade.

Mas enfrentei a tempestade,

me protegi na tua guarita,

para matar a minha saudade

que me matava esta maldita.

Porém, não vejo em teus olhos de mel,

a mesma vivacidade de antes

como quando tinhas na casa antiga

que me fazias sentir o teu céu.

Não quero os corvos da solidão,

são companheiros funestos,

de mórbidas lembranças de punição,

de tristes lugares e modestos.

Hoje a noite é morta, o dia é escuro,

porque o teu beijo não tem desejo

e eu não consigo ver um futuro

por tudo isto que eu vejo.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 12/11/2010
Reeditado em 12/11/2010
Código do texto: T2611304
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